No fechamento do pregão regular de sexta-feira, os índices de ações dos EUA terminaram em território negativo. O S&P 500 caiu 1,97%, enquanto o Nasdaq 100 caiu 2,70%. O Dow Jones Industrial Average perdeu 1,69%.

O mercado continua a enfrentar uma forte queda, com o S&P 500 atualmente perigosamente próximo de seu nível mais baixo do ano. Esse movimento de liquidação ocorre em meio ao agravamento das preocupações sobre as consequências econômicas de uma intensificação da guerra comercial. Em vista disso, espera-se que o presidente Donald Trump anuncie tarifas adicionais ainda esta semana, o que tem gerado ainda mais incertezas no mercado.

As bolsas de valores sofreram quedas expressivas, de Sydney a Hong Kong, com o Nikkei 225 atingindo seu nível mais baixo em mais de seis meses. Nos mercados futuros, os índices acionários dos EUA e da Europa ampliaram suas perdas logo no início da manhã de segunda-feira. Enquanto isso, o ouro alcançou uma nova máxima histórica, refletindo o crescente interesse por ativos de refúgio, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro americano caíram.

Gestores de portfólio ao redor do mundo estão reduzindo a exposição ao risco ou evitando grandes posições, mantendo uma postura cautelosa diante da possível implementação de tarifas comerciais recíprocas e seus impactos sobre a economia global. Economistas do Goldman Sachs agora preveem que tanto o Federal Reserve quanto o Banco Central Europeu reduzirão as taxas de juros três vezes este ano, à medida que as restrições comerciais continuam a pressionar o ritmo da atividade econômica.

Essa revisão nas projeções reflete a crescente preocupação com os efeitos das tensões comerciais sobre o crescimento global. Economistas observam que as barreiras comerciais impostas por diversos países já estão começando a afetar a atividade industrial e o investimento empresarial, o que, por sua vez, desacelera o dinamismo econômico como um todo. Cortes nas taxas de juros por parte dos bancos centrais poderiam reduzir os custos de financiamento, incentivando as empresas a aumentar os investimentos em capital e os consumidores a elevar seus gastos — medidas que poderiam ajudar a conter o atual mercado de baixa em ativos de risco. No entanto, a eficácia dessas ações dependerá da gravidade dos impactos comerciais e da velocidade com que a economia se adapta ao novo cenário. Há também o risco de que taxas de juros mais baixas alimentem pressões inflacionárias, o que exigiria uma postura mais cautelosa dos bancos centrais em relação à política monetária.

Na semana passada, o presidente Trump declarou que pretende começar a implementar tarifas recíprocas sobre todos os países a partir de 2 de abril, encerrando as especulações de que poderia limitar o escopo inicial das restrições comerciais. A decisão reforça a postura agressiva de sua administração em relação ao comércio global, elevando as incertezas no mercado.

Os preços do petróleo recuaram após o anúncio de Trump sobre a possibilidade de impor tarifas secundárias ao petróleo russo e seus compradores, caso não se chegue a um acordo com a Ucrânia. Esse movimento é particularmente relevante, pois a Rússia é o terceiro maior produtor mundial de petróleo bruto, e eventuais restrições comerciais podem gerar impactos significativos na economia global.

No cenário técnico para o S&P 500, a tendência de baixa permanece dominante. O principal objetivo dos compradores no dia será superar a resistência mais próxima, situada em US$ 5.552. Um rompimento bem-sucedido desse nível poderia impulsionar o índice em direção a US$ 5.586, com um avanço adicional até US$ 5.617, o que fortaleceria ainda mais a posição dos compradores. Por outro lado, caso o apetite ao risco diminua e o índice enfrente novas quedas, a zona de suporte em US$ 5.520 será um nível-chave a ser observado. Se esse patamar for rompido, o S&P 500 pode recuar para US$ 5.483, com possibilidade de uma queda adicional até US$ 5.443.